domingo, 3 de novembro de 2013

o mal e a caramunha do ps costa seguro


  1.  Victor Nogueira3 de Novembro de 2013 às 13:00

    1. Neste artigo Daniel de Oliveira esmerou-se (1) E baralha o jogo. Os maus da fita são o PCP e, por acréscimo, o Bloco. Colocados igualitariamente ao lado do PS, como sendo este de esquerda e os restantes birrentos bizantinos entre si.

      Ora vejamos para lá das cortinas de fumaça tóxica:

      1- Nunca o PS fez alianças ou acordos de governo com o PCP, mas sempre governou sozinho ou em coligação com o psd ou o cds; Aliás ainda recentemente e contrariando narrativas ainda em vigor, foi o PSD que "traíu" o PS Sócrates ao votar contra o famigerado PEC IV e ao recusar formar um Governo de coligação com Pepe Sócrates. Uma vez mais, note-se, nada de Governar coligado ou aliado ao PCP;

      2- Na recente crise governamental o PS respondeu ao apelo de Cavaco para negociar a sobrevivência do Governo PSD-CDS, recusando liminarmente uma alternativa com o PCP e o Bloco, não reclamando nem aceitando a convocação de eleições antecipadas nem a denúncia do memorando PS-PSD-CDS com a troika;

      3- Salvo o caso de Lisboa com Jorge Sampaio - a partir de certa altura prejudicial ao PCP - nunca o PS se coligou ou aliou senão com a direita "ultra-liberal" do psd-cds sempre para derrotar o PCP, muitas vezes encapotadamente;

      4- Nas recentes eleições autárquicas o PS sofreu uma pesada e silenciada derrota. Na sua Convenção Nacional Autárquica, vibrantemente aplaudido pela esmagadora maioria dos autarcas e dirigentes nacionais do PS presentes na mesa, entre os quais o então líder da bancada parlamentar, o ainda porta-voz do PS, num discurso fascizante, definiu como adversário a correr do mapa, não só a nível nacional, mas sobretudo na Península, no Distrito e no Município de Setúbal, não o PSD mas o PCP. (2) Não só o PS não conseguiu este objectivo, como perdeu mesmo Câmaras no Distrito de Setúbal mas também as de Évora e Beja:

      5- Coerentemente e após as eleições, o PS persiste com a sua política de marginalização do PCP, aliando-se ao PSD como sucede por exemplo com António Costa na Area Metropolitana de Lisboa, ou na União das Freguesias de Setúbal;

      Isto é, a nível nacional desde Mário Soares, e a nível autárquico, com a excepção de Lisboa e Jorge Sampaio, tem o PS sempre negado acordos e coligações com o PCP, preferindo o apoio do PSD-CDS. E com Seguro foge de eleições e manifestações contra o Governo de Pedro e Paulo como o diabo da Cruz foge.

      Vem pois agora o caso de Loures, em que o PS – recusando a partilha de pelouros proposta pela CDU - não conseguiu o apoio do PSD local para inviabilizar a gestão CDU. E com inocentes ou espertalhões, clama pk o PSD viabilizou a gestão CDU, para que se esqueça que ele, PS, a nível nacional, tem desde sempre apoiado ou sido apoiado pelo PSD/CDS desde soares a seguro em tudo o que tenha a ver com a contra-revolução e submissão aos grandes directórios económico-financeiros, a nível nacional ou transnacional..

      Não sendo o PS o “cordeirinho de asas brancas”, qualquer que seja a narrativa, recusando-se a viabilizar a gestão CDU em Loures e na União da Freguesias de Setúbal, desvirtuando o espírito que deve presidir a uma Área Metroolitana, o impasse seria resolvido pela convocação de sucessivos actos eleitorais até que a CDU ficasse em minoria. 

      Tão democrático é o PS Costa Seguro que se por absurdo tivesse sido derrotado em todas as autarquias e vencido apenas numa e nesta tivesse mais votos que PCP maioritário nas restantes, mesmo assim viria reclamar a maioria, eventualmente aliado à direita, erradicando o PCP do mapa e contrariando o sentido do voto maioritário do eleitorado. 

      É que a área metropolitana não é … Lisboa mas sim uma gestão inter-pares de todas as autarquias que a constituem.

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      (1) http://expresso.sapo.pt/vodka-com-laranja-e-outras-aberracoes=f838353
      http://arrastao.org/2908058.html?thread=67533466

      (2) http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=640297
       http://www.youtube.com/watch?v=O0DgNokNZIE

    2. Victor Nogueira3 de Novembro de 2013 às 14:26 

      Em tempo - a pretendida moralização da política autárquica por via da limitação de mandatos numa autarquia ou em autarquias relativamente ao Presidente da Câmara o da Junta de Freguesia (algumas com maior dimensão que muitas Câmaras Municipais) centrada no "Presidente" é uma falácia, bem ou mal intencionada. Com efeito muita da falta de transparência na gestão das autarquias tem o seu centro sobretudo quer na área do Urbanismo ( e neste no Planeamento Urbanístico) quer no das Obras Municipais e quanto aos vereadores destas áreas sensíveis mantém-se de conrado o prudente silêncio. 

      E a referida falta de transparência corre o risco de ser maior em executivos ... mono-partidários. Que são os que se defendem, como se as Assembleias Municipais viessem a ter uma eficácia maior e um funcionamento diferente da dos parlamentos de maioria PS-PSD-CDS, deste modo investidos numa aura de santidade ... local

      Bom seria que em vez de "impedimentos" muitas vezes cirúrgicos aos eleitores fosse dada a possibilidade de efectivamente fiscalizarem a gestão autárquica. {e nela participarem, para além do voto na urna}
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    http://otempodascerejas2.blogspot.pt/2013/10/sobre-o-governo-do-poder-local-sem.html#comment-form

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