terça-feira, 23 de agosto de 2016

farsas e farsantes



violações dos direitos humanos”


O ministério da Justiça (MJ) deu ordens à Polícia Judiciária (PJ) para suspender a participação no projeto europeu destinado a treinar os inspetores em técnicas de interrogatório a suspeitos de criminalidade organizada transnacional. Esta decisão veio na sequência de vários protestos de partidos e organizações de esquerda, principalmente do PCP, porque a coordenação técnica era de Israel, cujas forças de segurança "violam os direitos humanos". O MJ refuta a "motivação política" na decisão.

[...]
Os protestos da esquerda começaram em junho passado com uma tomada de posição conjunta de várias organizações, como o Comité de Solidariedade com a Palestina, a CGTP, a SOS Racismo, a União de Mulheres Alternativa e Resposta, o Coletivo Mumia Abu Jamal e o Conselho Português para a Paz e Cooperação. Depois o PCP e os Verdes questionaram o Governo, tendo a PJ informado a coordenação do projeto da desistência em julho.
Os comunistas invocaram "violações de direitos humanos" por parte das autoridades israelitas para pedirem ao governo que retirasse a PJ do projeto, lembrando que "são sobejamente conhecidas as práticas de interrogatório "intercultural" das forças de segurança do Estado de Israel e o tratamento dado aos detidos palestinianos, com recurso à tortura".

  1. Não percebo o post, mas será mesmo para perceber a “farsa” de Valupi ? Sim, que de Israel não nascem farsas mas tragédias.






Não, Valupi, não percebi a razão do post, sobretudo tendo em conta as relações que outros partidos desta democracia tiveram com a UNITA de Savimbi e que não condenaram. E os “direitos humanos” foram leit-motiv de muitas “primaveras”, incluindo a Marcellista que em 1969 apelou ao apoio dos “portugueses honrados”, entre os quais estava a ASP

  1. Victor Nogueira, para manifestares o teu protesto contra o que publiquei vens falar do que outros partidos fizeram ou deixaram de fazer a respeito não sei do quê. Isso, caso não te dês conta, só vem reforçar a minha mensagem a respeito do PCP.
    Mas, conta lá, achas que os comunistas portugueses são independentes, isentos, honestos, sequer meramente objectivos, a respeito das violações dos direitos humanos que ocorrem neste planeta?
  2. Os comunistas portugueses são homens e mulheres com as virtudes e os defeitos do tempo e do lugar em que estão e é com homens e mulheres que não estão no Olimpo que se fazem ou não as transformações sociais. Mas eu não me pronunciei sobre a “leitura” que fazes, do que escrevi, e que é da tua inteira e exclusiva responsabilidade: “os comunistas portugueses são independentes, isentos, honestos, sequer meramente objectivos, a respeito das violações dos direitos humanos que ocorrem neste planeta?”
    O meu 1º comentário manifestava apenas a estranheza pelo título do teu post e o meu comentário é apenas tréplica à tua réplica. Vendo bem, farsantes haverá em todos os partidos, em maior ou menor grau,. Quanto à isenção, independência, honestidade e objectividade, quer relativamente aos direitos humanos quer a outras matérias, ela obviamente não existe porque depende do sujeito e do interesse do grupo ou classe social com que se identifica ou na qual está inserido. Vivemos na Terra e não no Paraíso onde apenas os imaculados e santidades têm entrada e guarida. Mas faço-te a justiça de o saberes para entrar em mais lateralidades face ao essencial deste teu post. Sem acrimónia.
  1. Victor Nogueira, estás a fugir da questão. A questão é a seguinte: o PCP protestou no Parlamento contra um programa de treino policial por este ser ministrado por agentes israelitas, dizendo que Israel viola os direitos humanos. Isto é factual, objectivo, e levou – segundo a imprensa e o mero bom senso – o Governo a impedir a participação dos agentes policiais portugueses.
    O título da minha publicação alude ao facto, também objectivo, de não ter o PCP o mesmo critério de valor quando existia a União Soviética e o Pacto de Varsóvia, ou quando se trata da China, da Coreia do Norte ou de Angola, por exemplo. As opiniões do PCP veiculadas em actos oficiais, textos no jornal “Avante” e pela boca de dirigentes e deputados comunistas ao longo dos anos revelam hipocrisia e cegueira ideológica.
    Tu preferes falar dos outros, que também não são santos de acordo com a tua argumentação, para justificares o teu desagrado por eu ter falado do PCP nesta ocasião concreta. Diria que sofres da mesma maleita que critico.
  2. Não, Valupi, o que está em causa é o título do post: “PCP, UM PARTIDO DE FARSANTES NO QUE TOCA ÀS “VIOLAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS””. É exagerado e pouco objectivo, embora neste teu último comentário o tivesses fundamentado. O que não invalida que a tua seja uma conclusão à qual se pode assacar tudo aquilo de que acusas os comunistas portugueses. Com mil diabos e para aligeirar ainda se tivesses escrito “PCP, um partido onde há quem seja farsante …. “. Mas voltando à notícia do DN – no site do PCP esta questão não surge, talvez no próximo Avante – face à argumentação de Negrão teria utilizado, cabe perguntar se as técnicas de interrogatório são neutras e se uma polícia de investigação criminal (e outras) está em roda livre para escolher os Países em que vai “conhecer” (com aulas práticas ?) os métodos e as técnicas de interrogatório sem sujeição à Constituição e ao Programa do Governo e respectivas matrizes ideológicas. Este é o cerne das questões formuladas pelo deputado do PSD. Esta “filosofia” é que em meu entender merece debate.
    Como visitante habitual deste blog e ocasional comentador, não tenho que me agradar ou desagradar com o que aqui é escrito e publicado pelos editores. Nem intervim para protestar. O Blog não é da minha responsabilidade mas a “abertura” que o caracteriza permite que os seus leitores questionem ou contra-argumentem. Ou não, Vallupi ?
    1. Victor Nogueira, o facto de teres decidido exprimir a tua opinião foi o que permitiu esta conversa, Não tens agora de ficar melindrado por eu estar a fazer o mesmo que tu, a exprimir a minha opinião. Discutir implica começar por partir de uma diferença de opinião.
      Na minha opinião, o PCP é um partido de farsantes nesta questão dos direitos humanos porque sempre os consideraram secundários face à ideologia e à geoestratégia. As suas decisões, como neste ataque a Israel a propósito de uma acção de formação de polícias, são prova disso.

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